quinta-feira, 18 de novembro de 2010

CUT debate juventude, saúde do trabalhador e desenvolvimento sustentável na Amazônia

Aconteceu dias 25 e 26 de setembro de 2009, em Manaus-Amazonas, o Seminário "Juventude, Saúde do Trabalhador e Desenvolvimento Sustentável na Amazônia", promovido pela Secretaria Nacional de Meio Ambiente, Secretaria Nacional de Saúde do Trabalhador, Secretaria Nacional de Formação, Secretaria Nacional de Juventude, Instituto Nacional de Saúde no Trabalho (INST) e a Comissão Nacional da Amazônia, em parceria com a DGB-Bildungswerk no Projeto "Fomento de Direitos e Oportunidades de Emprego no Brasil".

O evento contou com apoio especial da Universidade Estadual do Amazonas - UEA na hospedagem e alimentação, da CUT Amazonas na alimentação e do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, no Auditório e transporte (translado ao local do evento) dos participantes.
Participaram do seminário Rogério Pantoja (Diretor Executivo e Coordenador da Comissão Nacional da Amazônia), Messias Melo (Secretário Nacional de Saúde do Trabalhador), Siderlei Oliveira (Presidente do INST), Secretários Estaduais de Meio Ambiente, Saúde do Trabalhador e Juventude das CUTs na Amazônia Legal e Anderson Campos (assessoria - representante da Secretaria Nacional de Juventude).

O Seminário faz parte da estratégia da CUT em otimizar recursos do Projeto CUT/DGB, realizando ações integradas entre as secretarias, como forma de fortalecer e ampliar a atuação sindical em relação a uma política de desenvolvimento sustentável para a Amazônia, considerando as dimensões humanas e ambientais, a juventude e a saúde do trabalhador como prioridades no desenvolvimento social da Região.

Para o professor da Universidade Federal do Amazonas, Alexandre Rivas, que proferiu a palestra "A Modernidade e o Fim da Amazônia", a questão central em debate "não é o que pode e o que não pode ser feito, mas sim qual é a melhor forma de fazer".  Duas hipóteses sobre o futuro da Amazônia foram discutidas. Uma delas é desenvolvida com maior profundidade dentro de uma perspectiva que busca considerar os aspectos econômico, social e ambiental da Região, contemplando não a intocabilidade - a Amazônia como um Jardim Botânico -, mas sim a utilização da Amazônia, onde possível, a partir de instrumentos econômicos e mercados capazes de internalizar deficiências correntes do sistema econômico clássico.

"Desenvolvimento Sustentável e Amazônia: o primeiro é possível no segundo?"

Para Charles Clement, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa na Amazônia (INPA) é evidente que é possível o desenvolvimento sustentável na Amazônia, no Brasil e na Terra. Mas, exige mudanças em nós humanos. Primeiro em decisões sobre o número de filhos, basta um por família; segundo em decisões sobre o consumo - consumir conhecimento não causa impacto ambiental - ir ao teatro, ler um livro em vez de comprar o novo lançamento de celular; terceiro em decisões sobre tecnologia - ser consciente sobre o impacto do consumo de tecnologias.
Finaliza dizendo que a Amazônia continua sendo colônia do Brasil em se tratando de investimentos sociais e que sustentabilidade não é um problema tecnológico, ou seja, impacto é igual número de humanos x consumo x tecnologia. O problema é que historicamente as decisões sobre a população - questões morais - foram entregues às igrejas, que não entendem de sustentabilidade, as decisões sobre consumo e tecnologia são de sobrevivência humana, mas foram entregues às empresas num sistema capitalista.

"A luta para diminuir a jornada de trabalho, garantir ambiente decente de trabalho, condições de trabalho e organização do trabalho são questões imprescindíveis para a defesa da saúde do trabalhador", afirma Domingos Lino, representante da Previdência Social no seminário. Para Lino é preciso fortalecer no país a "cultura da prevenção de doenças no trabalho". O Ministério tem atuado fortemente nesta questão. Empresas que somente se preocupam em cuidar do doente - disponibilizando médicos e equipamentos - ignoram a origem do problema, enfatiza Lino.
Dados do Ministério mostram que em 2007 em média 31 trabalhadores não retornam ao trabalho ao dia devido à invalidez ou morte. A tendência a partir de dados atualizados é a ampliação desses números no país. Somente 43% da população economicamente ativa têm proteção em saúde, do universo de 90 milhões de trabalhadores ocupados. As políticas para a saúde do trabalhador têm que ser independente da situação de trabalho.
Em relação à realidade da juventude na região amazônica, foram ressaltados os aspectos da pobreza e da relação com a terra, as águas e a floresta, como centrais. Segundo dados do IBGE, a maioria dos jovens da região são pobres, oriundos de famílias que possuem renda inferior a um salário mínimo. A população da Amazônia é composta por 26% de jovens. Se considerarmos as dificuldades maiores no acesso a educação pública na região, chegamos à constatação que, não apenas o trabalho precoce influencia os dados negativos da juventude amazônica. Mas a frágil oferta de educação pública é também um fator determinante. No debate com os secretários e secretárias de juventude das CUTs da região, foram tratados os desafios para a organização sindical.

"O Seminário cumpriu seu propósito ao discutir pontos importantes e relevantes sobre o desenvolvimento da Amazônia, na perspectiva da juventude, saúde do trabalhador e Amazônia", enfatiza Rogério Pantoja, Diretor Executivo e Coordenador da Comissão Nacional da Amazônia da CUT.
Para o Secretário Nacional de Saúde do Trabalhador, Messias Melo, "os temas debatidos no Seminário mostram a importância da Amazônia no processo de desenvolvimento do país. O movimento sindical cutista tem uma responsabilidade imperativa com a organização social, ambiental e política na Região". As discussões e as propostas encaminhadas com a participação dos Secretários Estaduais das CUTs na Amazônia seja, de Meio Ambiente, Saúde do Trabalhador e Juventude, potencializam a perspectiva do plano nacional de atuação da CUT para 2009, finaliza Messias.


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